Depois de uma profunda e ampla análise de demandas, com ênfase na observação e reflexão sobre não só o sintoma de adoecimento em si mas, sobretudo, o que produz os sintomas e queixas, cujos efeitos se manifestam tanto no desempenho escolar como na saúde das relações entre todos agentes da instituição, foram identificados três grandes temas como fatores que desestabilizam o cotidiano escolar: questões étnico-raciais, gênero e classe. Ou seja, na origem dos problemas de aprendizagem e dificuldades nos processos de convivência escolar, percebemos as mais diversas intolerâncias e, de modo geral, em essência, encontramos os três grandes temas (Etnia, Gênero e Situação socioeconômica). A partir da escuta e acolhimento dos estudantes, famílias e professores, começaram a ser realizados os Coletivos do Ensino Médio e, posteriormente, foi constituído o GT Etnia, Gênero e Condição social, com participação efetiva da comunidade escolar.

De lá pra cá, muitas atividades foram realizadas, tais como lives e palestras sobre o tema, incluindo o fechamento da Semana das Profissões, com o Dr. Jorge Terra, procurador e ativista da luta antirracista. Na última semana, com a passagem do dia 20 de novembro, mais do que uma homenagem, a equipe do Ensino Médio e o GESI fizeram a propositiva de outro ambiente de reflexão ativa. Foram convidados representantes de diferentes locais de fala da nossa comunidade negra, para responder à pergunta: Como é ser negro em Porto Alegre?

As respostas serão enviadas aos 5 vereadores negros eleitos, para que eles respondam à pergunta: Como seu mandato pretende contribuir com políticas públicas de tolerância e o fim do racismo estrutural? A iniciativa tem como objetivo dar continuidade à formação da consciência e transformação social da nossa Comunidade de Aprendizagem.